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Agência Pará de Notícias Mais nove escolas públicas da Região Metropolitana de Belém (RMB) e interior do Estado receberam nesta quinta-feira (28) a terceira edição do projeto “Conquistando a Liberdade”, que tem por objetivo levar às unidades de ensino prestação de serviços gerais e manutenção predial. A mão de obra é diferenciada: 154 detentos dos regimes fechado e semiaberto das unidades prisionais dos municípios de Abaetetuba, Tomé-Açu, Capanema, Marabá, Mocajuba, Salinas, Marituba, Santa Izabel do Pará e Paragominas. Em Salinópolis, nordeste do Pará, a Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio “Teodato de Rezende” iniciou as atividades com uma cerimônia de acolhimento aos detentos. A banda marcial Gerônimo Alves Dias e os alunos entoaram o Hino Nacional e, com aplausos, receberam a comunidade carcerária. Os estudantes participam ainda do “Papo di Rocha”, no qual um grupo de detentos relata sua experiência no cárcere. Com depoimentos, perguntas e respostas os presos alertam os estudantes sobre o perigo das drogas e as armadilhas do crime. Tudo numa perspectiva de traduzir em exemplos o quanto é prejudicial e destrutivo o caminho fora da lei. A dinâmica tem como mediador um técnico da unidade prisional onde o interno cumpre pena. Um dos palestrantes, o detento José Vandson da Silva Rodrigues, 23 anos, preso por roubo, cumpre pena há cinco anos no Centro de Recuperação Regional de Salinópolis. Ele disse que foram as más companhias que o levaram ao crime. “Fui desobediente aos meus pais e não ouvi os conselhos. Quem está preso perde oportunidades. Quero conquistar minha família e recuperar o que perdi”, afirmou. O interno Reginaldo Martins Borges, 29, ressaltou a importância de obedecer aos pais. “Tive tudo e não aproveitei”, resumiu, lembrando que, enquanto estava foragido, fez um curso online de eletrônica e conseguiu um emprego. “A parte presencial do curso seria no Estado de São Paulo. Para viajar precisei apresentar antecedentes criminais. Foi quando foi descoberto que eu estava impedido judicialmente. Posteriormente resolvi me entregar espontaneamente. Com o conhecimento que adquiri estou consertando os equipamentos da escola, sendo útil. Não há nada que pague isso”, relatou. A experiência dos detentos na vida da criminalidade fez a estudante Núbia Cristina Fernandes, 14 anos, refletir sobre o cárcere. “Não temos com quem conversar sobre drogas e crimes. Os presos mostraram tudo o que pode nos acontecer se escolhermos os caminhos errados. Fiquei contente de ver que eles querem mudar”, disse. O projeto contribui para a resignificação da conduta do preso enquanto cidadão, tornando-o agente de transformações positivas. Ainda proporciona remissão de pena, pois cada três dias trabalhados representa um dia a menos na prisão. A ação ocorre mensalmente, até dezembro deste ano, atendendo cerca de 60 escolas públicas estaduais e municipais. O projeto é executado pela Superintendência do Sistema Penitenciário do Pará (Susipe), Tribunal de Justiça do Estado (TJE), Ministério Público, Defensoria Pública, Secretaria de Estado de Educação (Seduc), Pro Paz e Polícia Militar. Texto: Nara Pessoa - Susipe Fone: (91) 3222-6436 / (91) 8896-5319 / 8140-6282 Email: acssusipe@gmail.com Foto: Alessandra Serrão/Agência Pará Superintendência do Sistema Penitenciário Rua , Santo Antonio Sn. Fone: (91) 3230-2214 / 3222-9096 Site: www.susipe.pa.gov.br Email: gabinete@susipe.pa.gov.br